
Eu não sou uma pessoa religiosa. Nunca fui. Fui batizada na igreja porque minha mãe queria fazer uma bata para mim com a seda francesa que ela havia comprado em uma promoção. Fiz primeira comunhão em troca de uma bicicleta que nunca chegou. Eu acredito em bondade, caridade, amor pelo próximo e por aquilo que nos cerca, todas essas coisas que todo mundo adora dizer, mas que é tão difícil seguir.
Mas hoje, por uma dessas vicissitudes da vida, ando cercada por pessoas extremamente religiosas. O que ao mesmo tempo me diverte, intriga e, sim, irrita. Toda fé cega me deixa um pouco de mau humor, entretanto, com o tempo, fui percebendo que as pessoa tem os mais diferentes motivos para se aterem a determinadas crenças. Eu, por outro lado, demorei tanto tempo para acreditar em mim mesma que, não, pelo menos por ora, prefiro dar prosseguimento ao culto do me, myself and I. Egoísmo? Talvez. Embora eu prefira chamar de pura e simples lei da sobrevivência.
Claro que isso não significa que eu esqueça os outros. Muito pelo contrário. Minha pequena família, meus amigos, todas as pessoas que me são caras e mesmo aquelas que eu ainda não conheço bem e que talvez nem virei a conhecer são uma parte tão grande de mim que é impossível não pensar na minha vida sem passar pelas de todas elas. E, nesse quesito, confesso que tive muita sorte. Tenho sempre ao meu lado pessoas incríveis, daquelas que é difícil acreditar que de fato existem.
Vira e mexe eu ouço: e aí, você não quer dar um pulo lá na minha igreja? E eu penso: será que se você me conhecesse de verdade, soubesse o que se passa por trás dessa muralha de cordialidade, você me faria esse convite? Será que você insistiria tanto se soubesse o que andei fazendo na noite passada? É bem provável que sim. Salvar a ovelha desgarrada e aumentar o número de dizimistas é a ordem do dia.
A questão é que depois desses trinta anos, cheguei a conclusão de que não, não quero nenhuma salvação no sentido bíblico da palavra. Acalento meus demônios como quem afaga filhotes. Eles são a minha inspiração, o que me move, o que me faz ver que a vida é muito mais dos que as mesquinharias do dia-a-dia. Gosto do lado selvagem, de viver sem rédeas, arrancar as cascas das minhas próprias feridas.
Eu brinco de Deus desde o momento em que acordo até a hora em que vou dormir. Não espero pela salvação divina, mas sim por uma vida plena, intensa, bebida em grandes goles até que se faça, mais uma vez, o silêncio.
Mas hoje, por uma dessas vicissitudes da vida, ando cercada por pessoas extremamente religiosas. O que ao mesmo tempo me diverte, intriga e, sim, irrita. Toda fé cega me deixa um pouco de mau humor, entretanto, com o tempo, fui percebendo que as pessoa tem os mais diferentes motivos para se aterem a determinadas crenças. Eu, por outro lado, demorei tanto tempo para acreditar em mim mesma que, não, pelo menos por ora, prefiro dar prosseguimento ao culto do me, myself and I. Egoísmo? Talvez. Embora eu prefira chamar de pura e simples lei da sobrevivência.
Claro que isso não significa que eu esqueça os outros. Muito pelo contrário. Minha pequena família, meus amigos, todas as pessoas que me são caras e mesmo aquelas que eu ainda não conheço bem e que talvez nem virei a conhecer são uma parte tão grande de mim que é impossível não pensar na minha vida sem passar pelas de todas elas. E, nesse quesito, confesso que tive muita sorte. Tenho sempre ao meu lado pessoas incríveis, daquelas que é difícil acreditar que de fato existem.
Vira e mexe eu ouço: e aí, você não quer dar um pulo lá na minha igreja? E eu penso: será que se você me conhecesse de verdade, soubesse o que se passa por trás dessa muralha de cordialidade, você me faria esse convite? Será que você insistiria tanto se soubesse o que andei fazendo na noite passada? É bem provável que sim. Salvar a ovelha desgarrada e aumentar o número de dizimistas é a ordem do dia.
A questão é que depois desses trinta anos, cheguei a conclusão de que não, não quero nenhuma salvação no sentido bíblico da palavra. Acalento meus demônios como quem afaga filhotes. Eles são a minha inspiração, o que me move, o que me faz ver que a vida é muito mais dos que as mesquinharias do dia-a-dia. Gosto do lado selvagem, de viver sem rédeas, arrancar as cascas das minhas próprias feridas.
Eu brinco de Deus desde o momento em que acordo até a hora em que vou dormir. Não espero pela salvação divina, mas sim por uma vida plena, intensa, bebida em grandes goles até que se faça, mais uma vez, o silêncio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário