quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

My boy could build coffins


Não sou fã de música indie e apesar de nem achar Florence and the Machine lá essas coisas, chego até a simpatizar um pouquinho. Nunca tinha parado para ouvir nada deles até que uma amiga me enviou esse link, dizendo que ao ouvir a música só conseguia lembrar de mim:

http://www.youtube.com/watch?v=ZMTheB3pGSc


My Boy Builds Coffins
Florence + The Machine

My boy builds coffins with hammers and nails
He doesn't build ships, he has no use for sails
He doesn't make tables, dresses or chairs
He can't carve a whistle cause he just doesn't care

My boy builds coffins for the rich and the poor
Kings and queens have all knocked on his door
Beggars and liars, gypsies and thieves
They all come to him, 'cause he's so eager to please

My boy builds coffins, he makes them all day
But it's not just for work and it isn't for play
He's made one for himself
One for me too
One of these days he'll make one for you

My boy builds coffins for better or worse
Some say it's a blessing, some say it's a curse
He fits them together in sunshine or rain
Each one is unique, no two are the same

My boy builds coffins and I think it's a shame
That when each one's been made, he can't see it again
He crafts everyone with love and with care
Then it's thrown in the ground, it just isn't fair

My boy builds coffins, he makes them all day
But it's not just for work and it isn't for play
He's made one for himself
One for me too
One of these days he'll make one for you


Ok, morbidez, aqui me tens de regresso, se é que algum dia cheguei a ir embora...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A felicidade é uma quimera


Eu me lembro com requintes de crueldade da noite que dei início a esse blog. Eu estava perdida. Em uma cidade que eu não conhecia e não entendia. Vivendo uma vida que, exceto por alguns detalhes que foram o que de fato em manteve erguida naqueles tempos, eu achava que não era a minha. E não era mesmo. Eu comecei a escrever esse blog por puro desespero. Não tinha ninguém para conversar além das paredes de um quarto de hotel e por isso resolvi publicar uma página anônima para quem também estivesse à deriva.

Com o tempo, o desespero resolveu voltar para as sombras, onde ele fica calado, apenas à espreita, e eu retomei minha vida. Voltei a encontrar minha alma em alguma esquina ensolarada desse balneário infernal que me acostumei a chamar de casa, voltei a trabalhar com o que acredito e voltei a tentar escrever algo "de verdade". Porém ao revisitar esses poucos posts, vi que o que poderia haver de verdadeiro já fora escrito. O blog perdido, assim como eu, foi finalmente encontrado.

E, assim, resolvi voltar a jogar meus pensamentos sobre esse fundo escuro. Talvez porque eu esteja pensando em voltar para a terapia. Ou quem sabe para recuperar um tom de escrita que me agrada. Ou, quem sabe, para tentar recuperar um pouco da razão, essa realidade mórbida que algum dia se faz tão necessária para nossa sanidade, em meio ao feriado que minha vida se tornou nos últimos anos.

Podem pensar que só alguém insano reclamaria da felicidade. Não creio que eu esteja de fato desdenhando do fato de experimentar uma existência feliz. Muito pelo contrário. Meu desejo é envolver em meus braços esse sentimento que às vezes se faz tão misterioso e apertá-lo com todas as minhas forças para que não fuja. Fundí-lo sob a minha pele, em minha carne, até as entranhas, para que nunca mais possa sair de mim. Porém já estou muito grandinha para saber que o "felizes para sempre" sempre acabará sob uma sepultura e que geralmente os contos de fadas se tornam pesadelos muito antes disso.

É por isso que a felicidade me assusta. Mais que a dor, mais que a melancolia, mais que o próprio medo. A felicidade é um sentimento efêmero e que depende de um tênue equíbilibrio para se fazer presente. Quando penso em todos os elementos da minha vida responsáveis por esse meu atual estado de espírito, minha vontade é devolvê-lo aos remetentes, pois se um deles deixar de ser, cai o meu castelo de cartas e mais uma vez me quedarei sozinha, sem saber para onde ir, tendo só a melancolia como par.

Talvez o melhor seja seguir os manuais da conduta padrão e não pensar no assunto. Viver o momento, quem sabe. Não ser tão teimosa, ou bestimuça, como diria a minha avó. Serve de alento saber que, quando a felicidade falhar, meus companheiros de sempre estarão me esperando, de braços abertos e, talvez, eu me sinta mais confortável na companhia de meus parceiros de longa data.